COMUNICADO
O País ficou a saber esta semana, por intermédio do secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro – um «natural da Beira Alta», como gosta de exibir – que as isenções concedidas nas antigas SCUT vão terminar no final do mês.
No que toca às populações do Interior de Portugal, trata-se de mais um escarro que este Governo lhe atira à cara com um sadismo feroz. Dantes, a Direita esquecia-se simplesmente do Interior, por não ser rentável do ponto de vista dos mercados. Agora, a Direita descobriu que pode explorar o Interior, que o pode espezinhar, que o pode pontapear, que o pode humilhar, que lhe pode dizer que não merece escolas, serviços de saúde, tribunais, comboios, autoestradas, maternidades – investimento e desenvolvimento.
A Federação Distrital da JS Guarda sempre assumiu uma posição muito clara acerca desta questão, sempre acreditou que portajar autoestradas em regiões empobrecidas e sem alternativas era condená-las a uma morte lenta e dolorosa. Já durante o mandato do anterior Governo, a JS do distrito da Guarda fez ouvir a sua voz, tanto internamente – em comissões nacionais e outras reuniões do partido -, como na rua, junto da sociedade civil – através de comunicados públicos e tendo decidido manifestar-se contra as portagens, junto dos guardenses, quando o anterior Primeiro‑Ministro veio à Guarda (05/03/2011) para visitar um hospital que neste momento, pelos vistos, o Governo já não acha necessário.
Agora, cerca de um ano depois da introdução de portagens nas antigas SCUT, o Governo deixa cair a última réstia de dignidade que tinha na cara e destrói, escondido atrás de «uma norma europeia», uma medida de solidariedade vital para uma parte da economia do País. Uma interpretação dúbia, uma vez que nunca é demais lembrar que estas mesmas vias foram financiadas pela União Europeia com um fim de não serem portajadas.
Senhor Ministro da Economia e do Emprego(?), Senhor Secretário de Estado dos Transportes «natural da Beira Alta»(?): a Europa é um projeto de solidariedade, não um projecto de inveja. Se não entendem isso devem demitir-se o quanto antes.
Os jovens socialistas do distrito da Guarda vão continuar a dar a cara e o peito por esta causa. Vão continuar a defender a terra que na História defendeu o País e que lhes permitiu que hoje os senhores se sentem, em Lisboa, nas suas confortáveis cadeiras ministeriais.
Uma vez que em todo o Distrito vão decorrer Assembleias Municipais, no decorrer da próxima semana, apelamos às mesmas que se debrucem sobre este assunto e possam convergir na defesa dos interesses do nosso distrito e assim, a uma só voz, se possa demover o Governo nesta intenção de prejudicar, uma vez mais, os mais desfavorecidos.
Federação Distrital da Guarda da Juventude Socialista
Guarda, 21 de setembro de 2012
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